quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Entevista

A Comunidade Samba da Vela: uma chama acesa para iluminar o samba.


No dia 17 de Julho de 2000, quatro jovens compositores da periferia de São Paulo reuniram-se no bairro de Santo Amaro, em noite de segunda-feira. Cavaquinho, pandeiro, surdo e tamborim. Junto a outros amigos formaram uma pequena roda de samba, onde, inicialmente, começaram a cantar seus próprios sambas.













Revista - Como aconteceu o Samba da Vela?
Casca de São Mateus O Samba da Vela foi idealizado por Magnu Sousá, Maurílio de Oliveira, Chapinha e Paquera, no ano de 2000... se não me engano.
Ah, inicialmente na rua Antonio Bento no número 257, no “Ziriguidum Bar”, começamos com quatro, seis e depois mais pessoas e compositores foram chegando.
R – Qual é o significado da vela?
C – A vela é um reloginho para marcar o tempo, não tem nenhum significado espiritual, é apenas um símbolo.
R – Por quê escolheram as noites de segunda-feira?
C – Porque é um dia em que os músicos e os compositores do samba não estão fazendo shows e nem trabalhando, então segunda é um dia em que o sambista está livre! [Risos]
R – Todos os compositores são paulistas ou também há cariocas?
C – Ah... alguns moram aqui, mas não necessariamente são “paulistanos da gema” [Risos] , existem nordestinos que moram aqui, como por exemplo o Chapinha que é cearense...
R – Existe uma polêmica entre o samba paulista e o samba carioca. Você acha que existe mesmo essa rivalidade?
C – Não o que é isso... acho que todo o samba tem a sua riqueza...isso é tudo bobagem...
R – E o que vocês estão achando do samba de hoje?
C – Acho que hoje está bem melhor, o jovem está se interessando bem mais pela música brasileira de um modo geral.
R – Mas você não acha que há uma certa “banalização” no samba de hoje (os pagodeiros, etc.)?
C – Um pouco. Antes o pessoal era mais selecionado, existia um comprometimento com a música, com a religiosidade que prega essa música, o sambista estava bem ligado à cultura e os costumes negros.
R – Um compositor de hoje?
C – Nossa existem vários... ah o Magno, o Maurílio...
R – Uma diva?
C – Dona Ivone, a melhor de todas!
R – Um samba especial que retrate São Paulo?
C – Poxa... [Risos] Geraldo Filme é o grande representante de São Paulo, gosto do samba “Batuque de Pirapora”.
R – Um lugar para curtir um bom samba?
C – Samba da Vela, é claro!
Em São Mateus também tem muita coisa boa, Samba da Lage, Camisa Verde e Branca...[Risos]

Revista – Há quanto tempo você está no Samba da Vela?
Oliveira (o Cheff) Eu estou há muito tempo, fui um dos fundadores... estou desde o começo, há 9 anos.
R – Qual é a idéia da sopa?
O – A sopa faz parte do ritual do Samba da Vela... [Risos] Mas não há nenhum significado especial, no começo servíamos uma macarronada, mas como as massas são pratos pesados, decidimos então servir alguma coisa mais leve sopas, cremes ou caldos. Logo depois que a vela se apaga todos tem direito de degustar um prato.









R – Qual é o sabor que as pessoas mais gostam?
O – Nossa! Que pergunta difícil, geralmente procuro fazer alguma coisa inédita, mas tem um creme de batata doce com requeijão e creme de leite que faz um sucesso! [Risos]
R – E a sopa de hoje...está com um cheiro muito bom! Você pode nos dar a receita?
O – Claro!
Creme de ervilhas
Creme de batatas
Cubinhos de carne bovina
Linguiça defumada em rodelinhas bem fininhas
Tempeiros: Manjericão, Alho Poró, Coentro, Cebolinhas Verdes e Sal conforme o paladar.
Coloco também uma couve fatiada bem fininha com carinho para dar o “samba”! [Risos]















Se você gostou da reportagem do samba da vela e ficou curioso para saber como é o ambiente e o clima, clique no vídeo abaixo e conheça mais sobre a história do Samba da Vela.


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