sexta-feira, 13 de novembro de 2009

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A origem do samba paulistano


Existem diversas opiniões a respeito da origem do samba em São Paulo, porém sabe-se que os sambas de roda realizados pelos negros em Pirapora do Bom Jesus, em 1808, data o início do samba paulistano e também afirmam outras celebridades do mundo do samba que há registros anteriores de festas feitas em senzalas, no interior de São Paulo, pelos negros que trabalhavam nas lavouras de café no séc. XIX. Mais a frente surgiam na cidade eventos carnavalescos, mas eram manifestações da classe rica e branca. O Cordão Barra Funda foi o primeiro movimento cultural organizado por negros, pequeno, composto por 15 à 20 pessoas, aonde os homens ensaiavam e desfilavam pelas ruas vestidos com camisas verdes e calças brancas. O movimento foi o embrião do atual Grêmio Recreativo Escola de Samba Mocidade Camisa Verde e Branco. Com o passar do tempo os cordões foram se espalhando pelos bairros paulistanos periféricos e terreiros ocupados pelos negros, como a Baixada do Glicério e Bexiga. E no séc. XX as escolas de samba davam o ar da graça e tomavam o lugar dos cordões, diversas escolas de samba começavam a surgir por influência do carnaval carioca que de certa forma mudou a manifestação de um movimento típico de São Paulo que eram os cordões. Em 1967, com a ditadura militar recém-instaurada no País, o governo oficializa o Carnaval paulistano como forma de distrair o povo da repressão política. Nos anos 90, foi criado o Sambódromo do Anhembi, local onde se concentra o Carnaval paulistano até hoje. Em 1996, o movimento foi especialmente marcado com a criação do projeto Mutirão do Samba num botequim na Alameda Barão de Limeira, no Centro. Com base nele,por exemplo, nasceu o Samba da Vela. Contudo, com o confinamento no Sambódromo, o Carnaval perdeu não só espaço como a participação popular, sua característica mais marcante. “Não pertence mais ao povo, ao pobre. Pertence a quem pode pagar, a quem tem dinheiro”, critica o sambista Oswaldinho da Cuíca. Foi em São Paulo que surgiram grandes nomes de nossa música popular, mais especificamente o samba paulistano, como Adoniran Barbosa, Geraldo Filme, Paulo Vanzolini, Germano Mathias, Caco Velho, Jorge Costa, Hélio Sindô, dentre outros que perduram até então nas memórias do samba paulistano.



Um belo samba que retrata o movimento em São Paulo:

Samba de Pirapora

(Geraldo Filme)

Eu era menino...
Mamãe disse “vâmo embora”,
Você vai ser batizado
No samba de Pirapora

Mamãe fez uma promessa
Para me vestir de anjo
Me vestiu de azul-celeste
Na cabeça um arranjo
Ouviu-se a voz do festeiro
No meio da multidão
" menino preto não sai aqui nesta procissão"
Mamãe mulher decidida
Ao santo pediu perdão
Jogou minha asa fora
Me levou pro barracão.

Lá no barraco tudo era alegria
Nêgo batia na zabumba e o boi gemia (2x)

Eu era menino, mamãe disse vâmo embora.
Você vai ser batizado num samba de pirapora

Iniciado o neguinho
No batuque do terreiro
Samba de piracicaba, tietê e campineiro
Os bambas da paulicéia
Não consigo esquecer
Fredericão na zabumba
Fazia a terra tremer.

Cresci na roda de bamba
No meio da alegria
Eunice puxava o ponto
Dona olimpia respondia
Sinhá caia na roda
Gastando a sua sandália
E a poeira levantava
No vento das sete saias.

Lá no barraco tudo era alegria
Nêgo batia na zabumba e o boi gemia (2x)

Eu era menino, mamãe disse vâmo embora.
Você vai ser batizado num samba de pirapora


Eu vou pra Lá
(Geraldo Filme)

Eu vou pra lá
eu vou pra lá
ai como é bom
paulistano pra gente sambar
Eu vou pra lá
eu vou pra lá
ai como é bom
paulistano pra gente sambar [Refrão]
Minha escola é paulistano
pequenina mais caminha
Camisa da Barra Funda
eis sim é nossa madrinha
Eu sou filho de sambista
e por isso vivo assim
sempre cantando meu samba
batendo meu tamborim
[Refrão 2x]
Um sambista de verdade
faz samba e não pensa em conquista
sou nascido num terreiro em São João da Boa Vista
na hora em que eu nasci
mamãe me jogou na pista
"se cair deitado é padre, caiu de pé é sambista"
[Refrão 2x]
Convidei a minha nega
se não vem porque não quer
eu não troco um bom samba
pelo amor de uma mulher
a nega ficou zangada
quase que o pau comeu
eu brinco com todo mundo
no fim do pagode seu nego é só teu
[Refrão 2x]

O samba paulista atualmente

O samba paulistano atualmente parece disperso mas continua com sua força em diversos locais da cidade e arredores. Um dos endereços onde se pode conferir a atual boa forma do samba paulista está cravado bem no Centro da cidade, com o projeto Rua do Samba Paulista – é a roda de samba, integrante do Projeto Cultural Samba Autêntico, que existe desde 2002 e chega a reunir mais de mil pessoas.
Já na Zona Leste de São Paulo é o pessoal do Grêmio Recreativo de Tradição e Pesquisa Morro das Pedras, localizado entre as Ruas Morro das Pedras e Rodolfo Pirani, no bairro de São Mateus, o responsável pelas animadas rodas que atraem gente de toda a cidade. Através do esforço de comunidades, cada vez mais unidas e conscientes da força transformadora do movimento sambista, realizam importantes trabalhos no qual o público é aberto e sem restrições. Os sambistas resgatam uma cultura que vem sendo ameaçada pelo mercado comercial atualmente, A fim de difundir a memória do samba paulista são tocadas composições tradicionais e críticas para a revalorização dessa manifestação cultural que é o samba de raiz.

“Não deixe o samba morrer”

Lugares para curtir um bom samba na capital

A revista Samba São Paulo fez uma seleção dos lugares mais badalados de São Paulo


Casa do Samba
Endereço: Rua Professor Atílio Innocenti, 380 - Vila Nova Conceição - São Paulo - SP
Telefone: (11) 3842-3802
Horário: De quinta a sábado das 21h até o último cliente.


Salve Simpatia
Endereço: Rua Mourato Coelho, 1329 - Pinheiros - São Paulo - SP
Telefone: (11) 3814-0501
Horário: De terça a sexta das 21h30 às 2h/ sábado das 14h às 20h e das 21h30 às 3h/ domingo das 19h à 1h


Bar Mangueira
Endereço: Rua Cláudio Soares, 124 - Pinheiros - São Paulo - SP
Telefone: (11) 3034 1085 / (11) 3032-7859
Horário: De quinta e sexta a partir das 21h30 / sáb a partir das 13h30 / dom a partir das 18h30
Preço: Valor do Couvert: R$ 10 a R$ 20


Bar Na Aba
Endereço: Brigadeiro Faria Lima, 452 Pinheiros – São Paulo-SP
Horário: De segunda a sábado das 21h00 até 03h00
Preço: Valor do Couvert: R$ 13,00

Bar Ó do Borogodó
Endereço: Rua Horácio Lane, 21 - Pinheiros - São Paulo - SP
Telefone: (11) 3814-4087
Horário: segunda a sexta das 21hs às 3hs. Sáb das 19hs à 0h. Dom das 19hs às 23hs.
Preço: Valor do Couvert: R$ 10
Endereço: Rua Inácio Pereira da Rocha 170, São Paulo

Na Periferia...

“Minha maloca, a mais linda que eu já vi!
Hoje está legalizada, ninguém pode demolir!”
(Adoniran Barbosa)


Samba D’elas – Herança de Ciata – Criada em março de 2008, formada e liderada por mulheres compositoras e instrumentistas atuantes no samba de São Paulo como o Samba as Vela.
Endereço: Rua Guilherme Rudge, 100 – Penha-SP - Zona Leste
Telefone: (11)8154-6781 / 8122-9395
Horário: quintas-feiras, das 20h às 23h30

Samba na Cumbuca – Teve início em março de 2009 para exaltar o samba paulista e suas raízes com composições dos integrantes da comunidade. Sobre a mesa fica uma cumbuca aberta durante o samba, quando acaba ela é fechada.
Endereço: Casa de Cultura do Butantã Av. Junta Mizumoto, 13. Jd. Peri-Peri - Zona Oeste
Telefone: (11)3742-6218 / 3744-4369
Horário: Sempre na última quarta-feira de cada mês a partir das 19h30
sambanacumbuca@bol.com.br
Contribuição voluntária: R$ 2,00


Samba no Beco – Criado em 2007, na favela da Vila Prudente, conhecida por não ter ruas trafegáveis por carro, realiza seu samba ao ar livre na confluência de três becos. Inicialmente, o objetivo era levar somente a história do samba para a comunidade.
Mas, posteriormente, perceberam a necessidade de trabalhar o lado social, junto com as organizações e associações locais.
Endereço: Acesso pela Av. Luiz Inácio de Inhaia Mello no beco próximo à esquina com a Rua Dianópolis – Zona Leste
Telefone: (11) 7407-1694
Horário: sábado a partir das 18h

Samba na feira – Criado em 2007 com o objetivo de divulgar os sambas inéditos de vários compositores da região norte da cidade, além de exaltar as grandes composições do passado. Os encontros acontecem durante a feira livre da Vila Santa Maria.
Endereço: Av. Eulina, 256 – Vl. Santa Maria. Zona Norte
Telefone: (11) 8960-8430
Horário: Sempre no 3º domingo de cada mês a partir das 11h
reginaldoinova@bol.com.br

Samba da Vela – Esta roda foi criada em 2000 com o intuito de celebrar o autêntico samba de terreiro, enaltecer compositores da velha guarda e revelar novos autores, nos quais atuam e desenvolvem trabalhos em outras comunidades em prol do samba paulista. As apresentações seguem um ritual próprio, com uma vela no centro da roda que indica o começo do samba, e só termina quando a luz se apaga e ao final é servido um caldo a todos os que estiverem presentes.
Endereço: Casa de Cultura de Santo Amaro – Pça. Francisco Ferreira Lopes, 434 (altura do nº 820 da João Dias) – Santo Amaro-SP. Zona Sul
Telefone: (11) 5522-8897
Horário: segundas-feiras a partir das 20h
www.sambadavela.com.br
Contribuição voluntária: R$ 3,00

Samba da Laje – Teve início em 1997 e reúne-se todo último domingo do mês para reverenciar o melhor do samba de raiz com os músicos da própria comunidade. Também pode ser apreciada uma feijoada preparada pela líder do samba Dona Generosa.
Endereço: Rua Jadi, 79. Vl. Santa Catarina. Zona Sul
Telefone: (11) 5566-0345
Horário: Sempre no último domingo de cada mês a partir das 13h às 21h

Samba no Asfalto - Criado em 2007 no bairro de Ermelino Matarazzo, com o objetivo de resgatar o samba de raiz e proporcionar lazer e cultura para a comunidade. Conta com a participação dos compositores e intérpretes locais. Acontece no 2º domingo do mês.
Endereço: Vila Santa Inês - Ermelino Matarazzo, Zona Leste
Telefone: (11) 8140-5535
Horário: Sempre no 2º domingo de cada mês a partir das 14h
Contribuição: 1kg de alimento não-perecível

As novas caras do Samba

“Os herdeiros da Velha Guarda do samba”

Como dizia Nelson Sargento, “Samba agoniza mas não morre, alguém sempre te socorre antes do suspiro derradeiro”. Ao escrever esse verso, Nelson Sargento, relata sobre as transformações do samba no decorrer dos anos. Um gênero que se mostrou forte e que até hoje, luta contra a indústria cultural de consumo, apesar de ser um ritmo tipicamente brasileiro. Mas ainda podemos contar com cantores da nova geração que estudam e que pesquisam o “antigo”, dando à ele uma nova roupagem sem alterar a sua essência.
Podemos citar grandes nomes como Tereza Cristina e o grupo Semente, que são responsáveis por revitalizar o bairro da lapa no Rio de Janeiro. Alguns carregam no DNA a cadência e o gingado, herdado por seus pais, como o sambista Diogo Nogueira, filho do ilustre “sambista de calçada” João Nogueira, como gostava de ser chamado, para se diferenciar dos sambistas do morro. Diogo Nogueira, é responsável por manter viva a obra de seu pai.









Pra quem acha que a vida não tem esperança
Fé em Deus
Pra quem estende a mão e ajuda a criança
Fé em Deus
Pra quem acha que o mundo acabou
Pra quem não encontrou um amor
Tenha fé, vá na fé
Nunca perca a fé em Deus
Composição: Flavinho Silva



Dona Inah deixou o preconceito da idade de lado, e grava o seu primeiro CD aos 66 anos. Cantando toda terça feira no Ó do Borogodó, um dos bares mais tradicionais de samba e de choro, localizado na Vila Madalena bairro boêmio de São Paulo.









Dona Inah












Tereza Cristina


Dil Ribeiro natural do Estado de Brasília, e com um timbre de voz parecidíssimo com o de Alcione “a Marrom”, saiu do anonimato quando foi descoberta por um produtor musical, em uma roda de samba, com a descoberta, rapidamente foi chamada para gravar o seu primeiro CD.
Esses são alguns dos compositores e intérpretes que tem seus nomes estampados nos jornais e revistas. Existem também, aqueles que por ironia ou por uma peça pregada pelo destino estão ainda no anonimato.

Entevista

A Comunidade Samba da Vela: uma chama acesa para iluminar o samba.


No dia 17 de Julho de 2000, quatro jovens compositores da periferia de São Paulo reuniram-se no bairro de Santo Amaro, em noite de segunda-feira. Cavaquinho, pandeiro, surdo e tamborim. Junto a outros amigos formaram uma pequena roda de samba, onde, inicialmente, começaram a cantar seus próprios sambas.













Revista - Como aconteceu o Samba da Vela?
Casca de São Mateus O Samba da Vela foi idealizado por Magnu Sousá, Maurílio de Oliveira, Chapinha e Paquera, no ano de 2000... se não me engano.
Ah, inicialmente na rua Antonio Bento no número 257, no “Ziriguidum Bar”, começamos com quatro, seis e depois mais pessoas e compositores foram chegando.
R – Qual é o significado da vela?
C – A vela é um reloginho para marcar o tempo, não tem nenhum significado espiritual, é apenas um símbolo.
R – Por quê escolheram as noites de segunda-feira?
C – Porque é um dia em que os músicos e os compositores do samba não estão fazendo shows e nem trabalhando, então segunda é um dia em que o sambista está livre! [Risos]
R – Todos os compositores são paulistas ou também há cariocas?
C – Ah... alguns moram aqui, mas não necessariamente são “paulistanos da gema” [Risos] , existem nordestinos que moram aqui, como por exemplo o Chapinha que é cearense...
R – Existe uma polêmica entre o samba paulista e o samba carioca. Você acha que existe mesmo essa rivalidade?
C – Não o que é isso... acho que todo o samba tem a sua riqueza...isso é tudo bobagem...
R – E o que vocês estão achando do samba de hoje?
C – Acho que hoje está bem melhor, o jovem está se interessando bem mais pela música brasileira de um modo geral.
R – Mas você não acha que há uma certa “banalização” no samba de hoje (os pagodeiros, etc.)?
C – Um pouco. Antes o pessoal era mais selecionado, existia um comprometimento com a música, com a religiosidade que prega essa música, o sambista estava bem ligado à cultura e os costumes negros.
R – Um compositor de hoje?
C – Nossa existem vários... ah o Magno, o Maurílio...
R – Uma diva?
C – Dona Ivone, a melhor de todas!
R – Um samba especial que retrate São Paulo?
C – Poxa... [Risos] Geraldo Filme é o grande representante de São Paulo, gosto do samba “Batuque de Pirapora”.
R – Um lugar para curtir um bom samba?
C – Samba da Vela, é claro!
Em São Mateus também tem muita coisa boa, Samba da Lage, Camisa Verde e Branca...[Risos]

Revista – Há quanto tempo você está no Samba da Vela?
Oliveira (o Cheff) Eu estou há muito tempo, fui um dos fundadores... estou desde o começo, há 9 anos.
R – Qual é a idéia da sopa?
O – A sopa faz parte do ritual do Samba da Vela... [Risos] Mas não há nenhum significado especial, no começo servíamos uma macarronada, mas como as massas são pratos pesados, decidimos então servir alguma coisa mais leve sopas, cremes ou caldos. Logo depois que a vela se apaga todos tem direito de degustar um prato.









R – Qual é o sabor que as pessoas mais gostam?
O – Nossa! Que pergunta difícil, geralmente procuro fazer alguma coisa inédita, mas tem um creme de batata doce com requeijão e creme de leite que faz um sucesso! [Risos]
R – E a sopa de hoje...está com um cheiro muito bom! Você pode nos dar a receita?
O – Claro!
Creme de ervilhas
Creme de batatas
Cubinhos de carne bovina
Linguiça defumada em rodelinhas bem fininhas
Tempeiros: Manjericão, Alho Poró, Coentro, Cebolinhas Verdes e Sal conforme o paladar.
Coloco também uma couve fatiada bem fininha com carinho para dar o “samba”! [Risos]















Se você gostou da reportagem do samba da vela e ficou curioso para saber como é o ambiente e o clima, clique no vídeo abaixo e conheça mais sobre a história do Samba da Vela.


Mas afinal de onde vem o Samba?

“Samba vem lá de Angola não vem da Bahia não”

(joão Nogueira)



A palavra Samba, foi usada pela primeira vez no jornal Satírico Pernambucano O Carapuceiro em 03 de fevereiro de 1838. A palavra Samba, vem do vocábulo “Senba” que significa umbigo em Quimbundo (língua da Angola). O samba é a fusão da música européia e africana, que antigamente era chamado de Batuque, pois reúne dança, canto e instrumentos de percussão.

Curiosidades

Lundu
Veio junto com os escravos no século XVIII usando canto e muita dança. Foi o primeiro gênero gravado no Brasil, e apreciado por todas as classes.

Polca
Surgiu na Boêmia, região dos Paises Baixos, com compasso binário e ritmo saltitante, fez o maior sucesso no século XIX. Essa dança, deixava os dançarinos com os corpos coladinho e por isso foi chamada de indecente.

Maxixe
Foi o gênero musical mais importante do Rio de Janeiro. Nascendo da fusão da Polca e do Lundu. Sua forma rítmica diferenciada, acabou influenciando vários compositores de Samba, com o Donga e Sinhô.










Divas e Mestres eternos do Samba














Tia Ciata

A Baiana defensora do Samba, recebia em sua casa brancos, negros, mestiços, pobres e ricos com rodas de samba. O choro na sala principal, samba de partido alto no fundo do quintal e o Samba de roda famoso pela umbigada dos dançarinos.

Curiosidades

Tia Ciata personagem figurante de Macunaíma

Mario de Andrade, em seu romance Macunaíma, um herói sem caráter, relata um cerimônia de macumba na casa de Tia Ciata.



Podemos perceber o quanto a umbanda foi importante para o samba. No ano de 2007 o Samba de terreiro foi tombado como patrimônio cultural brasileiro
Ritmo

Ciro Monteiro, foi o primeiro sambista a introduzir no samba a caixinha de fósforo. Segundo ele, ela era importante para marcar o tempo e o ritmo dos sambas, feitos geralmente em mesa de bares, entre amigos.

Noel Rosa
“O Poeta de Vila Isabel”


Construiu sua carreira entre 1927. A vida boêmia e a má alimentação, fez com que ele ficasse tuberculoso, doença que era associada ao glamour da boêmia.










Noel chegou a cursar medicina por alguns meses, mas achou mais interessante cantar a boêmia, as gírias e a malandragem carioca.

Curiosidades

Mais afinal, o que a roupa de Noel tem a ver com a crise de 1929?

O samba “com que roupa”, revela a preocupação da Mãe de Noel com a sua saúde. Para que ele não saísse de casa, ela era obrigada a esconder as suas roupas. Os versos de Noel retratavam um país pobre. Essa pobreza, era agravada pela a queda da bolsa de NY, que atingiu todos os países. O Brasil, naquela época, era um grande produtor de café, e exportava mais de 70 % dele para a Europa.


Wilson Batista










Começou a freqüentar cedo a vida noturna. Não usava navalhas, mas sabia que malandro de verdade andava sempre com uma. Tinha como amigos mais chegados, traficantes de drogas, jogadores de chapinhas, bandidos e arruaceiros. Teve uma vida muito atribulada. Foi passado pra trás por pessoas que compraram seus sambas e não pagaram, por mulheres e traficantes que lhe vendiam drogas. Morreu na miséria, ficou depressivo por causa do insucesso, e do esquecimento profissional, sendo também abandonado por seus amigos.

Ari Barroso

Samba de exaltação carioca “Aquarela do Brasil” composto em 1939 irando o segundo hino nacional brasileiro, levando o autor a trilha de filme como Walt Disney que falavam sobre Brasil.

Carmen Miranda







Nascida em Portugal, chegou ao Brasil em 1910 ainda criança. Após trinta anos, fica mundialmente conhecida, pela sua exuberância tropical. Ao gravar “O que é a baiana tem”, música do Baiano Dorival Caymmi com um figurino de baiana, virou símbolo do Brasil. Em 1939, viajou para o EUA onde ficou ainda mais famosa e participou de vários filmes.

Curiosidades

A viagem de Carmen, aproximou os EUA dos paises do Sul do Golfo do México. A intenção dos EUA, era dominar
todo o continente Americano. Essa teoria surge em 1823 com a doutrina Monroe.

Adoniran Barbosa
“O poeta Lingüista”











Foi influenciado pelo samba carioca, mas aos poucos foi criando o seu próprio estilo musical, dando ênfase nas classes simples de São Paulo, que em sua maioria eram operários que tinham um linguajar caipira-ítalo-paulistano.
A linguagem caipira-ítalo-urbana “alembrá”, “home”, “edifiço”, viraram símbolos da obra de Adoniran, que escrevia as suas letras fora das normas gramaticais, defendendo a linguagem falada pelo povo.

Paulo Vanzolini











Seu grande sucesso “ronda”, lembra as cantigas do Trovadorismo. Um eu lírico feminino escrito por um homem. Em suas composições, relata o dia-dia da metrópole, como: brigas de bares, a tristeza da mulher abandonada pelo seu amor e os batedores de carteira.

Cristina Buarque

Tem uns dos maior acervo de samba do Brasil. Tem influenciado grande parte da nova geração. Tirou do anonimato o compositor Manacéia, componente da Velha Guarda da Portela.

Candeia

“Uma grande parceria: Candeia, Elton Medeiros, Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito”














Influenciado por seu pai, começou a compor muito cedo. Com 22 anos, entrou para a polícia. Em meio a um acidente de carro, levou um tiro que o deixou até o fim de sua vida em cima de uma cadeira de rodas. Depois disso, ficou trancafiado dentro de casa e passou a não freqüentar mais as rodas de samba. Martinho da Vila e Clementina de Jesus o levaram de volta para as rodas de samba. Foi um dos defensores da cultura negra. O ano de 1978 é marcado pela a sua morte, mas é marcado também pela gravação do LP Axé, considerado uns dos melhores discos de samba de todos os tempos.

Paulinho da Viola







Ficou conhecido no bar Zicartola, seu vulgo Paulinho da viola, foi dado por seu amigo Zé Kéti sambista de renome na época. Seu pai, Paulo César Faria, era um grande violinista, e fez parte de uns dos melhores grupos de choro, o Época de Ouro. Seus dois LPs lançados em 1976, Memórias 1-Cantando e Memórias 2-Chorando, são marco da discografia brasileira.

Dona Ivone Lara






Tornou-se a primeira mulher a fazer parte da ala de compositores de uma escola de samba. É considerada a verdadeira dama do samba. Com o samba “sonho meu”, gravado por Gal e Bethânia explodiu nas paradas de sucesso e a compositora saiu do anonimato.

Anescarzinho do Salgueiro




Ao lado de seu parceiro Noel Rosa de Oliveira, fez uns dos sambas enredo mais famosos “Chica da Silva” e que virou depois de algum tempo, novela e filme. A escola de Samba Salgueiro com esse samba enredo, ganha seu primeiro carnaval, em 1963.

Elizete Cardoso








O grande instrumentista Jacob do Bandolim fundador do conjunto Época de Ouro, tirou Elizete da vida simples,
lançando a cantora no cenário da música popular brasileira.

João Nogueira
“O sambista de Calçada”










Passou a sua infância no meio de rodas de choro e samba. Seu pai João Nogueira, era um grande violinista e amigo de Pixinguinha. Para se diferenciar dos sambistas do morro, se auto condecorou “sambista de calçada”. Fundou em 1979 o clube do samba com a intenção de cultuar o samba autêntico.

Zé Kéti









“Eu sou o samba a voz do morro, exaltando o povo brasileiro”. “Mas quando não tem samba, tem desilusão”. Formou o conjunto voz do morro, e foi um sambista que viveu a dimensão cultural de seu tempo. Em uma visita à zona sul do Rio de Janeiro, conheceu o “bossanovista” Carlos Lira que na época queria conhecer o morro. Zé Kéti e Carlos mesclaram o samba do morro e a bossa nova. Assim, grandes nomes da bossa nova gravaram os sambas de Zé Kéti, como Nara Leão sendo a primeira a gravar as composições de Zé Kéti.

Demônios da Garoa










Grupo musical brasileiro, grande intérprete de Adoniran Barbosa, com mais de 60 anos de existência, Fundado por Waldemar Pezzuol, nome dado por Elvetia Ciampi Pezzuol. Em 1949, durante as gravações do filme O Cangaceiro, conheceram o compositor Adoniran Barbosa. Nasceu a parceria que rendeu os principais sucessos do grupo e seu reconhecimento nacional.

Curiosidades
O primeiro samba gravado no Brasil foi Pelo Telefone, no ano de 1917, cantado por Bahiano. A letra deste samba foi escrita por Mauro de Almeida e Donga .Tempos depois, o samba toma as ruas e espalha-se pelos carnavais do Brasil. Neste período, os principais sambistas são: Sinhô Ismael Silva e Heitor dos Prazeres.

Osvaldinho da Cuíca

Paulistano de Bom Retiro, nasceu em pleno Carnaval de 1940, ao som da bateria do Cordão Campos Elíseos. Sambista, ritmista, passista, cantor e compositor, Osvaldinho da Cuíca é o autêntico representante de uma arte popular que transita entre a tradição e a contemporaneidade. (São Paulo, 1940) é um cantor, compositor, sambista, ritmista e passista brasileiro, um dos maiores nomes da história do samba paulistano e o maior responsável por disseminar o samba na capital brasileira, já tendo tocado com Adoniran Barbosa, e sido intérprete de samba-enredo da Gaviões da Fiel, quando esta era ainda um bloco. Seu reconhecido trabalho como instrumentista e o empenho no resgate, preservação e difusão do samba, repercutiram na conquista do importante título de "Embaixador Nato do Samba Paulista", concedido pela União das Escolas de Samba Paulistanas. Integrou o conjunto "Demônios da Garoa" entre os anos de 1967 e 1999, recebendo no 8.º Prêmio Sharp de Música o troféu de melhor grupo de samba. Em 1972, levou o ritmo das escolas de samba aos estabelecimentos de ensino, gerando grande polêmica na imprensa nacional pela inovação apresentada nos desfiles cívicos daquele ano.Foi eleito o primeiro "Cidadão Samba de São Paulo", em 1974, no concurso promovido pela secretaria de turismo da cidade. Fundou a Ala de Compositores da Escola deSamba Vai-Vai (1975), participando também da fundação de outras escolas, entre elas a Gaviões da Fiel (1974) e a Acadêmicos doTucuruvi (1976). No início da década de 90, participou de uma série de projetos de projetos de valorização do samba e da música popular brasileira.Produziu os primeiros LP's de Samba-Enredo das cidades São Paulo, Santos, Guaratinguetá e São Luís do Maranhão. Em 1997, intensifica suas pesquisas sobre a memória do samba paulista, participando doroteiro e filmagens de um documentário sobre o sambista Geraldo Filme.


Osvaldinho dá uma aula para aqueles que estão começando a tocar cuíca, mostrando a sua habilidade tocando "Brasileirinho" de Valdir Azevedo. Confira.




Geraldo Filme








Nascido em São João da Boa Vista, no interior paulista, Geraldo Filme (1928 - 1995) veio pequeno para a Capital. O pai tocava violino, mas foi com a avó que conheceu os cantos de escravos que influenciaram sua formação musical. Sua mãe tinha uma pensão nos Campos Elíseos e fazia marmitas que o menino Geraldo entregava em toda a região. Na Barra Funda, bairro vizinho, passava um bom tempo nas rodas de samba e tiririca (capoeira) que os carregadores improvisavam, no Largo da Banana. Compôs o primeiro samba (Eu Vou Mostrar) com 10 anos de idade. Sua mãe fundou o primeiro cordão carnavalesco formado só por mulheres negras, que futuramente iria se transformar na Escola de Samba Paulistano da Glória. Geraldo tem o nome ligado à história do Carnaval paulista. Respeitado e querido por todas as escolas e autoridades da cidade de São Paulo, marcou presença na Unidos do Peruche, para quem compôs sambas-enredo, mas é lembrado principalmente por sua ligação com a Vai-Vai. Um grande conhecedor da história de São Paulo, Geraldo pesquisou e compôs muito sobre a “terra da garoa”. Nos últimos anos de vida trabalhou na organização do Carnaval na cidade de S. Paulo, tornando-se uma referência da cultura negra paulistana. Um aspecto

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

pouco estudado de sua obra é a releitura do samba rural paulista.

Geraldo Filme fala um pouco sobre a história do samba carioca. Imperdível.



Clara Nunes











Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, conhecida como Clara Nunes, (Caetanópolis, 12 de agosto de 1943Rio de Janeiro, 2 de abril de 1983) foi uma cantora brasileira, considerada uma das maiores intérpretes do país. Pesquisadora da música popular brasileira, de seus ritmos e de seu folclore, Clara também viajou várias vezes para a África, representando o Brasil. Conhecedora das danças e das tradições afro-brasileiras, ela se converteu à Umbanda. Clara Nunes seria uma das cantoras que mais gravaria canções dos compositores da Portela, escola para a qual torcia. Também foi a primeira cantora brasileira a vender mais de 100 mil cópias, derrubando um tabu segundo o qual mulheres não vendiam disco.
Sorria!
Sorria!Meu bloco vem bem, descendo a cidade Vai haver Carnaval de verdade O samba não se acabou Sorria! Que o samba mata a tristeza da gente Quero ver o meu povo contente Do jeito que o rei mandou Bate lata, bate surdo Agogô e tamborim Bate fundo no meu peito Um amor que não tem fim E pra não cair da escada Bate o prego, meu senhor Bate o pé, mas bate tudo Do jeito que o rei mandou

(João Nogueira e Zé Catimba)